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O que é o Grupo Sol?

O que leva uma criança a ser retirada de sua família?

Por Beatriz Figueiredo

A Associação Beneficente Grupo Sol, é uma ONG beneficente sem fins lucrativos fundada em 1996, tem destaque pelo compromisso ao oferecer apoio emocional e material a crianças, idosos e pessoas com deficiências, em situação de vulnerabilidade social. A organização teve início com Andréa Morganti Thompson e suas amigas, Cláudia Tulimoshi e Luciana Rodrigues de Andrade, a partir de uma ação de Natal, em que distribuíram balas em semáforos de São Paulo, vestidas de Papai e Mamãe Noel.

O projeto cresceu ao longo dos anos, e o Grupo passou a organizar visitas mensais chamadas "Dia de Sol", na qual voluntários levam carinho, atenção e alegria às instituições que ajudam, juntamente uma entrega de alimentos e materiais de primeira necessidade, arrecadados por meio de doações e do programa Sócio Solidário.

Eduardo, vice-presidente do Grupo Sol, está há 10 anos na ONG e há 8 na coordenação. Ao longo de sua jornada, também foi diretor por 6 anos e presidente. "Nos últimos dois anos, estive como vice-presidente. Nosso trabalho no grupo envolve organizar eventos e ações e captar recursos", explica Eduardo.

Para ajudar no processo, o grupo organiza eventos para arrecadação de fundos, como a tradicional “Pizza do Sol”, a feijoada e a festa junina. Eles são essenciais para manter o funcionamento da ONG. "Esses eventos geram cerca de R$ 125 mil ao ano, o que cobre nossos custos mensais, que chegam a cerca de R$ 10 mil com aluguel, internet, água, luz, impostos e outras despesas", detalha Eduardo. Além desses eventos, o “Sol” conta com o programa Sócio Solidário, onde doadores contribuem com pelo menos R$ 45 por mês.

Marcus Racuia, um dos voluntários mais antigos, compartilha sua história de como encontrou o Grupo Sol. Ele participou de uma visita a um abrigo infantil, antigamente chamado "Abrigo São João", onde viviam cerca de 35 crianças. Mas o choque veio quando ele percebeu que, ao retornar, as crianças o reconheceram e disseram que sentiram sua falta. “Ali eu me apaixonei pela casa, pela causa, e de lá pra cá raramente falto”, relata Racuia, que hoje é uma referência no grupo, ajudando na coordenação de visitas e na arrecadação de fundos.

Recentemente, o Grupo Sol começou a diversificar suas ações de arrecadação. "Este ano, começamos a organizar novos eventos, como um campeonato de pôquer e uma campanha de paella com um parceiro", acrescenta Eduardo. Outro destaque é o projeto "Sol Business", que traz a interação e a conexão de empresários e voluntários, permitindo que parte do lucro gerado em negócios seja doada para o Grupo Sol. “Se um advogado ajuda uma clínica e economiza R$ 20 mil, a clínica doa R$ 1 mil ao grupo", exemplifica Eduardo.

Além disso, o grupo realiza campanhas específicas, como a do Dia das Crianças, do Inverno e de material escolar, além de bazares que vêm mostrando bons resultados. Eduardo destaca que, além dos eventos, a gestão do Grupo Sol inclui lidar com as partes burocráticas e administrativas. "Nosso desafio é equilibrar o trabalho voluntário e a arrecadação de fundos para continuar a ajudar quem mais precisa", conclui.

Ao longo de seus 28 anos, o Grupo Sol passou por diversas mudanças e se profissionalizou para atender a um número gradativo de pessoas. "Hoje, fazemos festas como a Feijoada e a Festa Junina, e depois avaliamos o que deu certo e o que pode melhorar", conta Marcus.

Racuia finaliza com uma reflexão sobre a transformação pessoal que o trabalho voluntário trouxe: “Ser voluntário me fez enxergar que a gente não tem noção que nossos problemas são muito pequenos em comparação a essas crianças, e isso fez com que para mim ficasse mais fácil de conseguir me acalmar nos momentos difíceis”.

"Mudar vidas também muda a sua vida"